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sábado, 11 de agosto de 2012

1910 - 1912: do povo para o povo


1910 - 1912: do povo para o povo ;                                                                                Em 1910 o futebol  no Brasil era um esporte elitizado. Os principais clubes eram formados por pessoas que integravam as classes mais altas. Entre eles estavam o Club Paulistano, o São Paulo Club e a Associação Atlética das PalmeirasIntegrantes de classes sociais mais baixas somente praticavam o futebol nos chamados times de várzea, formados pelos próprios.

Contra esta tendência, um grupo formado por cinco operários da Companhia de Estrada de Ferro São Paulo Railway, mais precisamente Joaquim Ambrósio e Antônio Pereira (pintores de parede), Rafael  Perrone (sapateiro), Anselmo Correia (motorista) e Carlos Silva (trabalhador braçal), paulistas do bairro do Bom Retiro Era 31 de Agosto de 1910 quando estes trabalhadores foram assistir ao jogo de um "scratch"londrino  que estava dando o que falar em sua excursão pelo Brasil  No Rio de Janeiro os ingleses tinham goleado o Treta Campeão Carioca Fluminense Foottball Club, por 8 a 0; em São Paulo, tinha vencido com contundência o Paulistano(5 a 2), uma das maiores forças do futebol paulista daquela época. Naquele final de agosto de 1910, o Corinthians Tean enfrentava AA Das Palmeiras (atual bicampeão), no campo do velódromo. E mais uma vez, o time inglês levaria a melhor sobre uma equipe brasileira, vencendo por 2 a 0.
Após a partida, não faltaram discussões comuns sobre um lance ou ouro e, em meio àquela conversa durante a volta para casa, os cinco rapazes depararam-se com um terreno baldio na esquina da rua José Paulino com a rua Cônego Martins, que fez com que o grupo parasse e o contemplasse. O terreno amplo, seco, e quase nivelado, costumava despertar a atenção de moradores do Bom Retiro e funcionários da São Paulo Railway desejosos de vê-lo transformado em um campo de futebol. E já impressionados pela atuação do time inglês, o grupo formado por Joaquim Ambrósio, Carlos Silva, Rafael Perrone, Antônio Pereira e Anselmo Correia, em uma rápida conversa, estabeleceu que no dia seguinte, 1 de Setembro, deveria realizar uma reunião com a participação de alguns convidados (demais moradores do bairro). Em pauta, a fundação de um time.Rafael Perrone lembrou que a chuva poderia atrapalhar a reunião, já que o grupo e os convidados reunir-se-iam em plena via pública, na rua José Paulino, em frente ao terreno. Então, sob a luz de um lampião, às oito e meia da noite, todos já discutiam o futuro do clube sonhado. Primeiro, formaram a diretoria para, quatro dias depois, os escolhidos tomarem posse na reunião que se realizou na casa de Miguel Bataglia, o presidente eleito.
Dia 05 de Setembro, às 20 horas em ponto, a sessão foi aberta e começaram os debates. Joaquim Ambrósio foi o primeiro a falar, sugerindo a denominação de Corinthians em homenagem à equipe inglesa que realizara grandes exibições há alguns dias. Todos concordaram e ficaram de pé, em sinal de aprovação.Com sua voz rouca pela emoção de declarar aprovado o nome do clube, Miguel Bataglia levantou-se e disse: "Está adotado o nome de Sport Club Corinthians Paulista para o nosso grêmio".Mas havia algumas dificuldades a ser vencidas, como a aquisição de uma bola e do campo da José Paulino. Como não dispunham de recursos, o jeito foi iniciar uma campanha para angariar sócios. Houve muitas dificuldades para que os moradores participassem do quadro associativo, mas o Corinthians foi crescendo e o número de adeptos era maior do que o de não-adeptos.
Para se comprar a primeira bola, uma lista percorreu todo o bairro, pois era necessário 6 mil-réis para se adquirir o principal instrumento do novo time. Mas, por conta de uma exigência dos diretores corintianos, só poderia contribuir quem fosse sócio. Sobre o balcão de uma lojinha na rua São Caetano, os diretores derramaram os tostões, duzentos-réis e até vinténs que completavam o preço daquela bola de capão oficial. Todos queriam tocar naquele instrumento que rolaria pelos campos da várzea paulista. Foi a primeira etapa vencida, com sacrifício, por aquele grupo de idealistas que queria mudar os rumos do futebol paulista, então elitizado e reservado apenas para um determinado grupo social, formado por ricos e estudantes, enquanto pobres e analfabetos eram excluídos.
O futuro campo escolhido foi mesmo o terreno na rua José Paulino. Este local abrigava anteriormente um depósito de lenha e por esta razão ganhou o apelido de "Lenheiro". Capinado pelos próprios jogadores, ele foi inaugurado com um treino que teve Rafael Perrone como capitão do time A e Anselmo Correia, goleiro e capitão do time B.

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